Thursday, January 25, 2007






Cientistas apresentam o mais antigo esqueleto de primata
O trabalho atual coloca as origem dos primatas no período Paleoceno, entre 55 milhões e 65 milhões de anos atrás, pouco depois da extinção dos dinossaurosBloch, et al./ PNAS
Composição e reconstituição do esqueleto do D. szalayi
NEW HEAVEN, EUA - As origens e os primeiros ramos da evolução dos primatas, categoria que inclui macacos e o homem, são mais claros e pelo menos 10 milhões de anos mais antigos do que estimavam estudos anteriores, de acordo com trabalho publicado na edição desta terça-feira, 23, do periódico Proceedings of the National Academy of Sciences.
O artigo, de uma equipe encabeçada pelo paleontólogo Jonathan Bloch, propõe uma reconstrução da base da árvore genealógica dos primatas, comparando esqueletos e fósseis representando mais de 85 espécies, modernas ou extintas. A equipe também descobriu dois fósseis de 56 milhões de anos, incluindo o mais antigo esqueleto de primata já descoberto.
No estudo, em duas partes, uma avaliação das estruturas do esqueleto leva os autores a encontrar evidências de que os plesiadapiformes, um grupo de mamíferos antigos que, pensava-se, estaria mais próximo dos lêmures voadores, são, na verdade, os primatas primordiais. Para chegar a essa conclusão, a equipe de cientistas analisou 173 características de primatas modernos, lêmures e de um tipo de toupeira, em comparação com os plesiadapiformes, para determinar as relações evolucionárias. O uso de tomografia computadorizada permitiu que áreas dos esqueletos inacessível a olho nu fossem levadas em conta.
"Este é o primeiro trabalho a juntar tudo", diz um dos co-autores da pesquisa, Eric Sargis.
Jonathan Bloch descobriu duas novas espécies de plesiadapiformes, Ignacius clarkforkensis e Dryomomys szalayi. Estudos baseados em fósseis anteriores sugeriam que o Ignacius não era um primata arcaico, mas sim um mamífero planador, aparentado aos lêmures voadores. No entanto, análise de um esqueleto mais completo levou a uma mudança nessa visão.
"Esses fósseis... mostram que nossos primeiros ancestrais primatas eram do tamanho de um rato, comiam frutas e viviam em árvores", afirma Bloch.
A idéia de que os plesiadapiformes seriam os ancestrais dos primatas modernos já havia sido proposta antes, mas gerou polêmica. O trabalho atual coloca as origem desses animais no Paleoceno, entre 55 milhões e 65 milhões de anos atrás, entre a extinção dos dinossauros e a primeira aparição clara de membros de diversas ordens modernas de mamíferos.
"Estes resultados sugerem que os plesiadapiformes são o grupo crítico a estudar para compreender as fases mais primitivas da evolução humana", diz outra co-autora do trabalho, Mary Silcox.

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